sábado, 19 de setembro de 2009



Basta pensar em sentir
Para sentir em pensar.
Meu coração faz sorrir
Meu coração a chorar.
Depois de parar de andar,
Depois de ficar e ir,
Hei de ser quem vai chegar
Para ser quem quer partir.

Viver é não conseguir.

Fernando Pessoa, 14-6-1932
 
Hein!!!!??!?!?!?! Diz por mim, sinto mas não racionalizo....
Sentir... é faz sentido!

...

Complexidade...

A instantaneidade me joga do alto em queda livre para o precipcio, que corrompe e intercede todas as minhas reais e verdadeiras vontades. O dizer por vezes me cala, me ensurdece, me escurece, e então me cega. Que grande perplexidade essa dos simbolos jogados ao vento, simbolos mau combinados, mau explicados, mau tidos, mau sentidos... mau interpretados. Hipocritamente atendo a todos os pedidos, aceitando e condizendo com todas as verdades e não verdades, que por acaso não são mentiras. Me desqualifico, me justifico, me arrependo de hipocrisias e sistemas pregados em mim. Me debato a cada instante de percepção inquieta e atenta. Vivo em um tempo incrêdulo, acelerado, apressado que parece nunca olhar ao meu instante, parece sempre estar preso no instante fútil e vão de seu  próprio tic e tac. Até parece que meu mundo é essa caixa infernal e barulhenta que se diz no direito de me regrar. Que bom seria não tê-la mais como ferramenta de ordem dos meus fazeres, dos meus interesses, dos meus sonhos, dos meus desejos. Quero uma hora inventada, uma espécie de momento momentâneo, transitório, sutil e único... Nada de horas, de minutos, que coisa pouca são os segundo... Quero um instante todo. Quero todas as minhas verdades inacabadas. Tenho uma realidade tão obscura quanto meus sonhos.Tenho singelos desejos, o desejo de uma flor, de uma pôr de sol, de uma Lua... Ah a Lua... se nela um dia puder estar, terei tudo em minhas mãos....

... poesia inacabada.
Má Costa

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Sentir

...

Não quis nada entre nós
Quis o desejo de uma noite
Quis o calor de um abraço
Quis o doce de um beijo
Quis a saudade da ausência
Quis a vontade de te ver

Não quis ser quem não sou
Sou assim...
um tanto atrapalhada,
um tanto diferente,
um tanto feliz,
um tanto sensível,
um tanto confusa,
um tanto menina,
um tanto mulher...

Não imaginei nada além do que tinha.
Não ousei em querer nada do que não tinha.
Mas senti coisas que não pensei em sentir,
Não foi amor, paixão ou delírio...
Não foi nada disso... Mas senti algo.
Apenas senti... E não tenho culpa.

Posso me despedir e não mais sentir.
Adeus...

Marília Costa

domingo, 13 de setembro de 2009

Se...

Um dia...

Se um dia eu quis um lugar só meu, percebi que ainda não sei ser só eu...
Se um diz quis uma janela quieta e tranquila, hoje tenho uma das maiores vias de São Paulo...
Se um diz quis um grande amor, hoje tenho-o... mas dentro de mim...
Se um dia quis um infinidade de amigos, hoje tenho alguns poucos raros e preciosos...
Se um dia quis tais pessoas ao meu lado, hoje tenho-as dentro de mim...
Se um dia quis nunca mais sentir angustias, tristezas e solidões, hoje sinto-as e escrevo-as...
Se um dia deixei de sonhar, voltei a sonhar no segundo segundo...
Se um dia chorei, no dia seguinte estava mais viva do que antes...
Se um dia pensei em desistir, foi só este dia...
Se um dia quis ser assim, assim posso ser...
Se um dia reler isto, me confundirei...
Se um dia estiver certa, farei tudo diferente para descobrir que não há certezas...
Se um dia quis fugir da realidade, hoje sou louca e insana... danço...
Se um dia quis essa vida, hoje a tenho...
Se um dia...


Má Costa

Ou a gente...

Ou a gente escreve ou a gente enlouquece...


Ou a gente foge ou a gente fica...

Ou gente se esconde ou a gente reage...

Ou gente se encontra ou a gente se esquece...

Ou a gente é o que é...

Ou a gente diz o que é...

Ou a gente finge o que é...

Ou a gente é...

Ou a gente é o que se deveria ser...
 
Simplesmente É...
 
Má Costa...