sexta-feira, 25 de abril de 2014

Contínua...


Eu que pensei que estivesse entregue a isso tudo,
Vejo que não, hesito.
Um escorregão e eu chego a duvidar do que a vida tem para me oferecer.
Os fantasmas da doença me fazem questionar a vida, a cura, e até Deus.
Chego a pensar friamente no fim...
Um susto... Um sinal de alerta... Um recomeço...
Talvez preciso aprender com as leoas a usar meu instinto de proteção,
Reagir as adversidades da vida com mais força e coragem.
Não permitir que me ataquem, e que façam comigo aquilo que querem!
A menina frágil e amedrontada ainda mora dentro de mim,
E de vez em quando, cisma em aparecer.
Talvez precise de uma dose de loucura para fazer acontecer aquilo que desejo...
Quem sabe devo me lançar nos abismos...
Afinal, o que são os abismos, se não buracos vazios, cheios de possibilidades.
Pois é neste vazio que pretendo me lançar...
Com a coragem de uma leoa...
E a sutileza de um pássaro...

“Oh I've finally decided my future lies
Beyond the yellow brick road



Essa poesia chegou até mim hoje, e sincronicamente diz o que desejo...


"Apenas danço. 
Instinto seria um bom motivo
Danço ao som do seu sorriso
Uma dança pagã aritmada 
Entre as elipses de suas formas
Arrefecido e febril eu danço
Insanidade seria um bom motivo
Pra saltar os precipícios adiante
Tomar impulso e partir
Retirar as vendas em queda livre
E sentir prazer ao cair
Sobrevivência um justo motivo
Para estar nu diante dos inquisidores
Sorrir apenas, sem intenções pensadas,
Cantar porque é vital
Ou seria medo o tal motivo?
Da solidão ensimesmada e presente
De me abandonar diante do espelho
De me confundir com alguém que nem conheço
Um motivo triste seria a fome
Seria biológico e rígido demais
Apenas o cumprimento de um ciclo 
Encerrando numa noite fria
Penso por que eu danço 
Ao som do seu sorriso 
Por que me queima essa febre 
E na ignorância pura dos infantes 
Alucinadamente e dopado eu danço
E faço do amor o meu maior motivo." 
Vladimir Wingler