quinta-feira, 20 de junho de 2013

Despir...

Se colocar a disposição das descobertas é uma tarefa que requer coragem, é confuso e dolorido. É descobrir quais armas falsamente me protegiam e quais máscaras me esconderam estes anos todo. Eu percebi que somos todos orientados pelo sistema, e convencidos a nos esconder cada vez mais dentro de si e por isso nos perdemos de nós mesmos.

Não choramos o quanto gostaríamos e se quer percebemos o que sentimos, nossas emoções são distraídas e acabam se perdendo mundo adentro e mundo a fora; nossas responsabilidades recebem o nome de culpa, de si mesmo e do outro, e assim um peso vai se instalando em nossos ombros; nossas dores são disfarçadas com remédios; nossas crianças distanciadas de suas infâncias; a mídia nos contamina exarcebando o caos e nos convencendo de que o consumismo é a salvação; vamos nos tornando cada vez mais cegos a nós mesmos, esquecemos quem somos, de onde viemos e para onde vamos...

Precisamos resgatar nossa história... Somos pó estrelar, viemos das estrelas e pra lá retornaremos. Somos em essência seres de luz! Mas sinto que podemos nos perder em nossas próprias sombras... E olhar para elas é um ato de coragem, e creio que seja a minha rendição.

Me render no sentido de abrir mão do controle em busca da perfeição e assumir humildemente minhas fragilidades, crenças e paradigmas! Desejo me livrar da armadura, quero me despir dos disfarces, aceitar a condição de ter me servido disso tantos anos, mas em tempo hábil de seguir mais leve e livre...


Descobrir-se quem se é, é um processo lento e de uma existência toda. Mas compensador pela beleza e graça de aceitar-me como sou, perfeita em minhas imperfeições! Isso tudo pode ser utópico, mas é o caminho por onde desejo seguir... Em minha utopia sigo acompanhada de seres de luz, guias e mestres desta e de outras dimensões.

Sigo nua em meus cabelos, fortalecida pela minha própria dor, grata pelos encadeamentos felizes, e exercitando cada vez mais a paciência e buscando desfrutar de minha plena presença sem julgamentos, ansiedades e medos. Não digo ser uma simples tarefa, mas talvez a única que me fez sentido até agora.