Eu
não sei por onde ainda vou andar, mas sei que os caminhos que percorri foram
todos válidos... Sempre me
senti grata por isso, conscientes ou não, sempre me
conduziram a grandes experiências, que me proporcionaram encontros
encantados... De tudo que vivi, os sorrisos me deram ânimo para seguir e as
lágrimas me fortaleceram para ser quem eu me tornei... Tenho consciência que a
jornada foi sempre guiada pelos bons anjos, que providenciaram encontros de
tamanha beleza, iluminados e intensos... Do que foi e me esqueci, foram como
suspiros, me deram o ar necessário, e permitiram que meu coração ficasse livre
e leve para ser preenchido com as lembranças que me animariam pelo resto de
minha existência!
E a cada
dia, meu sentimento de gratidão aumenta cada vez mais... O tratamento em si não
é um dos mais fáceis, e este momento tem sido um tanto dolorido, dias mais,
outros menos, mas dolorido. O coração está apertado, a mente inquieta, o corpo
não pára de resmungar, e claro meu Ser nisso tudo custa a acreditar e confiar
que isso passará. Os dias parecem não passar, e o fim parece estar muito
longe... E confesso que tenho me esforçado mais para me manter em retidão. Mas
guardo laços...
“... Ah,
então é assim o amor, a amizade, tudo que é sentimento.
Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas não pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço...”
Enrosca, segura um pouquinho, mas não pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço...”
Mário Quintana
Fui me enlaçando ao longo do caminho e as bandas
ficaram soltas por aí, e hoje percebo quantos embrulhos enfeitei com fitas
sinceras e doces... Meus embrulhos, têm me presenteado a todo instante com
gestos gentis e amorosos, com intensidade tamanha para me dar a justa e
necessária força e acalanto.
Estes dias
eu saí da janela e fui girar com o mundo... Mas ele parece que está sem cor, me
senti perdida e um tanto confusa... Como se algo tivesse acontecido, como se
tudo tivesse mudado... As cores mudaram de cor, estão todas misturadas. Prometo
pintar um arco-íris com as novas cores...
Enquanto
escrevia este texto, caiu em minhas mãos um vídeo... Uma agradável sincronia!
Como se ele pudesse ilustrar o que sinto ao recordar de todos os laços que fiz,
todos os meus amores... Eu me apaixonei por todos aqueles que estiveram comigo
lado a lado... E confesso ainda sou apaixonada. Os caminhos mudam, mas os laços
estão eternizados no profundo sentimento de gratidão.
O vídeo
chama-se Marina Abramovic encontra Ulay e a história é...
"Nos anos 70, Marina Abramovic
viveu uma intensa história de amor com Ulay. Durante 5 anos viveram num furgão
realizando todo tipo de performances. Quando sentiram que a relação já não
valia aos dois, decidiram percorrer a Grande Muralha da China; cada um começou
a caminhar de um lado, para se encontrarem no meio, dar um último grande abraço
um no outro, e nunca mais se ver.
23 anos depois, em 2010, quando Marina já era uma
artista consagrada, o MoMa de Nova Iorque dedicou uma retrospectiva a sua obra.
Nessa retrospectiva, Marina compartilhava um minuto de silêncio com cada
estranho que sentasse a sua frente. Ulay chegou sem que ela soubesse e... Foi
assim." (Traduzido por Rodrigo
Robleño)
RTZB